quarta-feira, 3 de março de 2010

saudade daquele...

Eu tenho 22, mas eu me sufoco pensando que eu poderia ter aproveitado esses 22 de uma forma melhor.


Eu queria viver mais, sorrir mais, correr mais, escrever mais poesias, queria poder viver do amor, de musica, de arte, queria não precisar tomar decisões pra sempre, ainda mais agora que eu não sei quando é o meu pra sempre.

Queria que minha mãe estivesse sempre pronta quando eu precisasse, queria um amor que ultrapassasse os limites dele próprio, amizades que não fossem embora com o tempo. Queria ser mãe, queria ser mão pra quem precisasse, queria não precisar tanto de coisas que no fundo, não fazem bem pra mim. Queria que o mundo fosse melhor, que as distancias fossem mais fáceis de ser percorridas, para que eu pudesse estar sempre 10 minutos caminháveis de todo mundo que eu gosto.



Mas hoje, e só hoje, o que eu queria era muito mais simples do que toda essa duvida eterna que eu carrego como fardo, mesmo as vezes largando em algum cantinho que eu sempre volto depois pra buscar.

Hoje, e só hoje, eu queria olhar pra você e enxergar, aquele cara por quem eu fui capaz, mesmo que brevemente de apagar todos os meus pontos de interrogação. Aquele cara que era no meio de tantas duvidas a única certeza, o cara que fazia de mim uma mulher melhor.



O meu coração esta barulhento, está machucado, esta se sentindo sozinho. E olha como a vida é engraçada meu amor. Eu sempre chorei as magoas de um coração que sangrava por estar assim, vazio, oco, sem ninguém. Mas eu nunca poderia supor, nem nos meus sonhos mais delirantes de idealismo de um amor que nunca vai existir, que chorar as dores de um coração que dói acompanhado podia ser assim, tão pior!




rani
*
*

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

DOIS ESTRANHOS...

E terminaremos do mesmo modo em que começamos, seremos dois estranhos.
Meu beijo não fará mais falta, e teu corpo não me será mais necessário.
Acabaremos como toda história real, cada um para o seu lado vivendo uma vida comum.
Terminaremos assim, dizendo um até logo sem emoção, com um beijo na bochecha de bons amigos.
Ficaremos com as lembranças, mas essas não mais machucarão.
Lembraremos das tardes, das noites, quem sabe sorriremos ao lembrar, quem sabe não.
Veremos as fotos e notaremos principalmente de como nossa pele era jovem, e de como aquela roupa ficava bem.Nos tornaremos estranhos, indivíduos comuns diante um do outro.
Passaremos a nos chamar silenciosamente de 'um amor' antigo, se chegar a tanto.
Nos esbarraremos na rua, perguntaremos como vai a vida, o emprego, se já casou.
Sorriremos e talvez venhamos a rir ao recordar de uma velha aventura vivida a dois.
Ficaremos felizes pelo encontro, mas logo então um de nós dirá que está atrasado.
Marcaremos de nos encontrar, aqueles encontros que nunca acontecem.
E mais um vez seguiremos cada um seu rumo.
Talvez olhemos para traz, talvez não.
E daremos mais uma vez aquele 'até logo' frio, aquele 'tchau' de bons amigos.
E ninguém notará que entre nós existiu um amor, uma paixão louca e um querer impossível.
Ninguém notará que fomos íntimos, cúmplices, apaixonados.
Ninguém vai perceber que alí existiu intensidade, vontade e calor....talvez nem a gente!
E voltaremos entao a ser o que fomos no início, dois estranhos, nada mais que conhecidos.


Texto lindo de
                       Hosana Lemos.


*

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ao menos um pouco de carinho

...Os vencedores são mesmo um pouco egoístas e apesar de você ter me visto tanto e feito tanto e sido mais do que tanta gente que tentou bastante, é claro que a luz principal você deve guardar para o seu caminho que eu tenho certeza que será maravilhoso. Olhar com amor requer um tempo que pessoas de passagem não podem e não devem ter e eu, em vão, tentei ser aquela maluca da plateia que agarrou o corredor rumo ao pódio solitário. Você está certo em exibir ao mundo tantos dentes e tão brancos. Eu é que estou errada quando paro um pouquinho para olhar com tristeza esses sustos do amor. Não tem mais você tirando sarro quando eu não aguentava a dor no peito e te dizia no escuro que era mais ou menos amor mesmo. Porque era. Porque é... Alguma coisa deu errado em mim, eu não sei te explicar e eu não sei como arrumar e nem sei se tem ajuda pra isso. Mas meu corpo inteiro se revolta quando gosto de alguém. Me armo inteira pra correr pra bem longe e pra lutar com unhas gigantes quem tentar impedir. Me mata constatar como é ridículo ficar com saudade só de você ir tomar banho. Ter que sentir ciúme ou mágoa ou solidão e sorrir para não ser louca. Eu sinto de um tamanho que eu não tenho e então começo a adoecer, como sempre. Eu não sou louca, eu só não tenho pele pra proteger e quando você toca em mim eu sinto seus dedos e olhos e salivas deslizando por todos os meus órgãos. E você não precisa entender o medo que isso dá, mas talvez um dia possa ter carinho...


Tati bernardi


*

Essa minha in-sanidade


Eu não sei o que me enloquece e essa é a maior loucura pra gente que precisa estar no controle. Essa necessidade de ser vista, de estar perto de você, de interpretar todos os seus movimentos em favor de não me deixar desistir. Quão louca eu tenho que ser pra encontrar minha sanidade? Minha razão se foi. Não me sinto mais morrendo por segundos não vividos, estou vivendo pra não te deixar morrer em mim. Apesar dos mil motivos que eu tenho pra te esquecer e seguir em frente, encontro outros pra não te deixar passar na minha vida sem uma história de verdade. Estou fixa e me arrasto. Você não se move e eu corro, em círculos, atrás de você.




*

sábado, 16 de janeiro de 2010

Eu sei pouca coisa da vida, mas uma frase eu sigo à risca: é preciso respeitar o próprio tempo. E eu respeito! Acredito no que diz o silêncio na hora em que a mente cala. E meu silêncio - que não é mudo e também escreve - dita com voz desafiante: confie em si mesma.
*
*
*

Aceitando as feridas...

Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente. Mas, os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam maior calor.Por isso decidiram afastar-se uns dos outros e voltaram a morrer congelados. Então precisavam fazer uma escolha: ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. E assim sobreviveram!


O melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro e consegue admirar suas qualidades.

 
 
 
(PROVERBIO)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Enquanto eu olho pro mar, as coisas acontecem...


...Você era a plenitude dos meus dias exaustos e repletos de tanta razão, mas, nada coopera com a onda do amor quando o amor não se permite ser onda e nada colaborou pra que eu permanecesse fora de mim, dentro de ti - navegando. E ainda que eu sinta você beijar minha ilusão enquanto deito na areia, é tolice acreditar no meu jeito desumano de roubar do outro o que nunca coube em mim. Nasci pra absorver a vida enquanto a fonte se mantém inesgotável, não nasci pra transbordar um viver que não é meu. Enquanto ao amor, eu escrevo – o e apago. Navego de volta ao meu ponto de partida. Despida, caminho e vivo num indo e vindo infinito amar você. Que o mar me confie o prazer de pertencer apenas à palavra viva, a vida que vivo e amo enquanto a razão adormece, enquanto o nosso amor padece, enquanto eu finjo escrever o que minha poesia carece: você.


Texto da maravilhosa pessoa, Priscila Rode.