terça-feira, 6 de outubro de 2009

Fragmentos - Fabricio Carpinejar



"Amor oferecido não se devolve. Não pede recompensa. Não exige final feliz."




"Ela não pode mais o esquecer. Pode não amá-lo, mas esquecer, não. Há memória depois de uma vida juntos. Honremos."

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"Você apagou o telefone dele do celular. Apagou o nome dele da caixa de mensagens. Está se desacostumando a ele, não recorda precisamente os diálogos. Vão desvanecendo como papel de fax. Bate o terror de ser apenas mais um caso. Não tem como dominar o jeito que ele a guardará, a forma como a guardará. Descobre que seu maior receio é não ser lembrada. Como está o esquecendo, ele também pode estar a esquecendo. Liga para ele, deixa tocar quatro vezes, ele não atende. Fica com raiva, raiva de não ser atendida. Ou raiva da fraqueza de telefonar. A dúvida volta. Nunca se termina aquilo que se deseja.
Crê verdadeiramente que, mudando por fora, encontrará o atalho para mudar por dentro. Não a ensinaram a se despedir. Os homens morreram em sua vida e não foram enterrados. Desiste de mudar quando toca seu telefone. Deixa tocar quatro vezes e não atende. Você e ele desaprenderam a falar."

"Uma mulher não se interessa por um homem que ela não conta com a mínima chance de modificá-lo e elogiar as transformações, Uma mulher não se interessa por um homem carregado de estratégias, que encadeia a noite ideal, sem nenhuma falha, sem nenhum vacilo, sem nenhuma turbulência. Ele ensaiou com quantas antes?

Uma mulher se interessa por um homem inseguro, mas sincero, tímido, mas autêntico, que sofre com suas gafes, engatilha desculpas ao usar um palavrão, que pede ajuda para completar a noite."


"Nunca dependi de grande coisa para amar. Amava por antecipação. Amava por esmolas. Eu me apaixono por nada, por bobagem."


"Faz de conta que já conhece os sentimentos que virão para não sofrer com eles. Demora de propósito. É aquela pessoa que chega muito antes de um compromisso e dá uma longa volta para depois aparecer atrasada. Há sempre uma sala em seu rosto onde deixa a emoção esperando. Não que seja insensível, é sensível demais, tanto que tenta controlar o que não pode. "


Fabricio carpinejar

Um comentário:

  1. Tamiris.. Amo Carpinejar já acompanho o trabalho dele há alguns anos, demnais mesmo!

    Obrigada pelo seu comentário em meu blog e sinta-se a vontade por lá!


    Bjos

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